terça-feira, 31 de maio de 2011

Ray Ban

O Tenente John MacCready curtia fazer algumas aventuras de balão. Certo dia fez uma viagem muito longa e acabou ficando exposto ao sol tempo demais. Apesar de ter usado óculos escuros, seus olhos ficaram irritados por causa do excesso de luminosidade. As lentes que ele usou eram fraquinhas, não deram conta do recado. Com as retinas queimadas ele procurou uma famosa loja de óculos em Nova Iorque, a Bausch & Lomb. Há anos trabalhando com instrumentos óticos, a B&L aceitou a sugestão de MacCready: produzir óculos que tivessem lentes bem escuras e aros grandes, mas sem perder a beleza.
Surgia um protótipo de óculos com novas lentes verdes anti-reflexo, preparadas para impedir a entrada dos raios infravermelho e ultravioleta. E dessa característica surgiu o nome da marca, a mistura do termo em inglês raio (Ray) e as três primeiras letras da palavra bannish (banir). Com sua armação dourada e o enorme aro curvado, o Ray-Ban tinha um estilo inusitado, porém elegante, sem deixar de proteger os olhos.
A Bausch & Lomb vendeu o novo modelo para o Tenente MacCready e ele logo mostrou o invento para seus amigos. Rapidamente os óculos tornaram-se famosos entre os militares, especialmente os aviadores. A B&L viu que tinha nas mãos um grande sucesso e abriu uma fábrica só para o modelo. O batizou de Ray-Ban Aviator, dada sua popularidade entre os pilotos.
Até aí as vendas eram restritas aos militares. No entanto, com a chegada da II Guerra Mundial o modelo tornou-se famoso no mundo todo de repente. Durante o conflito, um dos Generais mais importantes dos EUA (Gen Ex Douglas MacArthur) foi fotografado chegando numa praia das Filipinas usando um Ray-Ban Aviator. Daí para frente todo mundo queria um também, fato que ajudou a popularizar a marca não só entre os militares, mas também entre os consumidores comuns.
Nos anos 50 outro sucesso surgiria, tão poderoso quanto o Aviator. Em 1952 o designer Raymond Stegeman cria o Ray-Ban Wayfarer, um dos primeiros modelos de óculos construídos com armação de plástico. Influenciado pelo novo design da época, inspirado em carros com traseira rabo-de-peixe, Stegeman vendeu o protótipo para a B&L. No começo o objetivo deles foi vender o novo modelo para pilotos, mas por sorte ele caiu no gosto de alguns cantores e artistas de Hollywood. Logo o Wayfarer era figurinha carimbada em diversos filmes e o povão alucinava de tanta vontade de comprá-lo.
Depois de duas décadas de sucesso, o Wayfarer sumiu nos anos 70. O modelo quase desapareceu do mercado. No último suspiro, a Ray-Ban resolveu apostar naquilo que tinha sido o diferencial da marca no passado: a inserção em filmes. Pagou para que vários cineastas fizessem seus atores usarem o Wayfarer nas cenas. Sendo assim, nos anos oitenta os óculos voltam com tudo. Nos próximos 20 anos a Ray-Ban diversificou seus modelos e se firmou como grande marca do setor. Foi comprada por uma grande empresa italiana em 1999, saindo das mãos dos norte-americanos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário